quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Cenário Minotauro


Mixed Media, 2012
3 Folhas formato A3


2 comentários:

  1. A minha interpretação de labirinto é algo mais do que um desarticular de caminhos variados, em que um deles desemborcará na saída. Não. O labirinto é um conjunto de espaços em que as várias ligações mexem severamente com a mente, confundindo e frustrando quem o percorre e desespera pela saída.
    Há poucos aspectos nos mais variados labirintos que sejam iguais, entre eles estão a repetição da escala espacial em todos os caminhos e o monocromatismo. Neste último aspecto, que tenha conhecimento, apenas o labirinto do filme de 1997 Cubo era diferente, cujo espaços iguais em forma de cubo tinha uma cor, mas essas também se repetiam e também a repetição de cubos era quase infinita o que levava ao enlouquecimento de quem percorria tal labirinto.
    A passagem deste conceito para o objecto, visto que estou a falar de um cenário de uma curta-metragem, teve as suas limitações monetárias, técnicas e espaciais. Estes resolveram-se da seguinte forma:
    - O labirinto pouco ortodoxo na vertical, em vez do convencional espaço horizontal. Desta forma, fica com uma boca de cena à italiana.
    - Partindo deste princípio, criei um sistema de módulos que se repetem em dois planos, em profundidade, onde o personagem pode percorrer, reaparecendo por detrás de paredes, aparecer no primeiro plano, subir, descer, voltar a subir, etc. até conseguir chegar ao fim, sempre com o Minotauro ao centro a atrair a atenção do espectador, como sinal de domínio do labirinto. Assim sendo, o espectador não tem como descodificar o labirinto.
    Como este objecto é um cenário para uma peça de interpretação contemporânea do mito clássico grego do Minotauro, também o cenário interpreta plasticamente a gruta clássica, como a rugosidade e massa convertida em sequências de planos OSB em estruturas de madeira. A finalizar o aspecto visual do labirinto, a rede verde relembra as gaiolas, no entanto, ela não é somente um aspecto decorativo do objecto, pois mais do que plasticidade, ela vai ao encontro do meu conceito de labirinto anteriormente explicado e os rasgos dão um ar orgânico e temporal ao cenário.
    Assim sendo, a minha criação de Labirinto é uma sequência de espaços desconectados que aproxima o personagem e o espectador, aprisionando-os física e mentalmente e frustrando nas opções tomadas e nas expectativas de fuga.

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  2. Muito bom! Uma pena ser tão difícil ler o texto na imagem..

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